Grupos
artísticos que fazem parte do "Movimento dos Artistas de Rua de
Londrina" vão promover ao longo desta semana várias apresentações
culturais na cidade: espetáculos teatrais, exibições cinematográficas e um
sarau. Todas as apresentações serão realizadas em espaços públicos e abertas a
toda população gratuitamente. Confira a programação logo abaixo.
O
"Movimento dos Artista de Rua de Londrina", o MARL, reúne grupos e
artistas de várias áreas culturais em reuniões abertas a participação de todos.
Surgiu em 2012, com o intuito de realizar debates e ações políticas e culturais
que ampliem a arte pública e livre. Além de constantes intervenções culturais em várias regiões da
cidade - principalmente em bairros das regiões periféricas da cidade, o
Movimento discute junto ao poder público do município a criação de uma lei
que diminua a burocracia para o usufruto dos espaços públicos para
apresentações culturais e que elimine a cobrança de taxas e a necessidade de
autorizações para tal fim.
As
apresentações culturais desta semana, organizadas pelo Movimento, tem como um
dos seus objetivos a busca por recursos financeiros (*) para viabilizar a organização do "XIV Encontro da Rede
Brasileira de Teatro de Rua" (RBTR) que acontecerá aqui em Londrina em
2014 e que trará grupos de artistas de rua de todo o país.
Mais informações sobre o "Movimento dos Artistas
de Rua de Londrina" e sobre as apresentações desta semana, acessem a
página virtual do grupo: www.movimentodosartistasderuadelondrina.blogspot.com.br
ou ligue para 43 96232078, 43 99242417, 43 91170670, 43 99590235 e 43 84136960.
Segue
a programação cultural das apresentações desta semana:
26/06 (quarta) - às 19h - Exibição de curtas-metragens ao ar livre sobre
culturas indígenas - apresentação pelo cineclube Ahoramágica - Local: Anfiteatro do Zerão, junto à
Feira da Lua.
27/06 (quinta) - ao 12h - Espetáculo "El General" - Exercito Contra Nada - Local: Calçadão de Londrina (em frente ao Banco do Brasil).
28/06 (sexta) - às 20:30h -
Espetáculo "Fim de Partida" - Teatro Kaos - Local: Casa de Cultura da
UEL - Divisão de Artes Cênicas (Av. Celso Garcia
Cid, 205).
29/06 (sábado) - às 10h - Espetáculo "A Pereira da Tia
Miséria" - Núcleo Ás de Paus - Local: Calçadão de Londrina (em frente ao
Banco do Brasil).
29/06 (sábado) - às 11h -
Espetáculo "El General" - Exército Contra Nada - Local: Calçadão (em frente ao Banco do
Brasil).
29/06 (sábado) - às
20:30h - Espetáculo "Fim de Partida" - Teatro Kaos - Local: Casa de
Cultura da UEL - Divisão de Artes Cênicas (Av.
Celso Garcia Cid, 205).
30/06 (domingo) - à partir das
17h - Não Estacione: Sarau na Garagem - Cia. Teatro de Garagem - Vila Cultura
Alma Brasil (Rua Mar del Plata, 93 - Vila Rodrigues).
30/06 (domingo) - 20:30h - Espetáculo "Fim de
Partida" - Teatro Kaos - Local: Casa de Cultura da UEL - Divisão de Artes
Cênicas (Av. Celso Garcia Cid, 205).
(*) Em todas as atividades da Mostra estarão sendo vendidos bottons com
estampas idealizadas pelos graffiteiros Carão Capstyle e Murilo Marçal,
integrantes do movimento. Com o dinheiro captado na venda deste material serão
compradas passagens para integrantes do MARL participarem do XIII Encontro da
RBTR, em Rio Branco-AC. A participação dos artistas londrinenses neste encontro
será fundamental para garantirmos que o próximo encontro ocorra em Londrina, em
2014.
Espetáculo "A Pereira da Tia Miséria"
O Núcleo Ás de Paus surgiu em 2008, na cidade de Londrina/PR. É composto por artistas que se uniram a fim de desenvolver uma linguagem teatral por meio do trabalho coletivo. A direção é feita pelo elenco de oito atores e as montagens da companhia contam com a colaboração de outros artistas. Em suas produções, instrumentos de equilibrismo como pernas de pau, muletas e bastões, em conjunto com cenário e figurino, formam os denominados “prolongamentos do corpo do ator”, síntese de um entendimento continuamente pesquisado pelo Ás de Paus em seu fazer teatral.
Com o primeiro espetáculo, "A Pereira da Tia Miséria" estreado em 2010, o grupo tem visitado festivais de todo o Brasil, apresentando-se em espaços públicos de diversas cidades.
Em 2013 o Núcleo integra a grade de espetáculos do Circuito Palco Giratório, promovido pelo SESC Nacional com o premiado "A Pereira da Tia Miséria". Serão aproximadamente 50 apresentações em mais de 30 cidades, em 19 Estados brasileiros, entre abril e novembro.Neste período de junho, durante um intervalo entre as viagens pelo Circuito do SESC, o Núcleo Ás de Paus aproveita para realizar mais uma apresentação deste espetáculo em sua cidade-sede, agora, na programação da Mostra MARL, promovida pelo Movimento dos Artistas de Rua de Londrina. A apresentação será no dia 29 de junho, às 10h da manhã, na Boca Maldita do Calçadão de Londrina (em frente ao Banco do Brasil).
Sinopse de "A Pereira da Tia Miséria"
“ A Fome personificou-se em uma criança nascida da Miséria que todas as pessoas temem, separou-se de sua mãe e, desde então, percorre o mundo, trazendo o sofrimento a todos. O ser humano, naturalmente, conhece a Fome, porém é sempre preferível saciá-la e não imaginar o que pode acontecer se ela chegar a seu ponto extremo. A Morte tão temida por todos, é naturalmente a melhor saída para um mundo em que novas possibilidades não param de nascer. Tia Miséria, no dia em que deveria morrer, engana a Morte, que acaba ficando presa em sua árvore e, em um acordo feito diante do olhar de todos, Tia Miséria decide viver, ingenuamente procurando pelo seu filho para, só então, deixarem este lugar que nunca os quis”.
Para saber mais informações sobre o Ás de Paus acesse:
www.nucleoasdepaus.com.br
Exibição de curtas-metragens ao ar livre "Curtas Indígenas "
Ahoramágica
é um cineclube, um grupo aberto de pessoas que se reúne para propagar o blá-blá-blá
sobre o CINEMA, um grupo aberto, livre, espontâneo, ziguezague, que realiza e
incentiva, desde 2004, intervenções e produções cinematográficas por diversos
outros cantos de Londrina-Via Láctea-Multiverso. Seu foco inicial, e hoje em
dia central, é garantir o acesso gratuito às obras cinematográficas de qualquer
formato, postura ou tamanho, desde que decidida a importância de sua exibição
pelo grupo. AHORAMÁGICA favorece o encontro de desejos, a troca de saberes e a
retirada do acervo privado empoeirado na estante para ser posto em circulação.
O grupo anda confeccionando documentário, curtas metragens e vídeos
experimentais, indo por caminhos que demonstram as possibilidades de criação,
desmentindo a retórica frustrada por impeditivos financeiros e burocráticos.
Isso não quer dizer que não queremos asas maiores. Incentivando doações,
arrumar recursos pra expandir nossos equipamentos, favorecer a ploriferação de
cópias, ajudar a oxigenar os movimentos e os anti-movimentos, confeccionar
documentários, retroprojeções líquidas, construir grupos de discussão...
oficinas de cinema... produção... sensibilização. Mas pode aparecer mais, ou
esses objetivos mudarem.
Página virtual: www.ahoramagica.blogspot.com
Contato: ahoramagica@yahoo.com.br
Ahoramágica apresenta nesta Mostra obras
cinematográficas curtas-metragens que tem como tema as culturas indígenas. A
maioria dos filmes realizados dentro projeto "Vídeo nas Aldeias", que
desde 1986 vem realizando oficinas de cinema junto a população indígenas e
co-criando obras cinematográficas com os mesmos, revelando espaço e territórios
da vida cotidiana das aldeias que somente os próprios indígenas poderiam se
mesclar. Todos os curtas-metragens são profundamente poéticos e singelos, quem
viu estes filmes sabe o encantamento e singularidades das cultura indígena...
Xavantes, Ikpeng, Ashaninka, Guarani, Panará, Nambiquara, Kaingangs... e poraí
estão.
Espetáculo "Fim de Partida"
Para acabar
NAS NOITES CLARAS DA INSÓNIA ADORMECIDA DOS SERES QUE
VAGAM NO INFINITO DO COTIDIANO DAS SOCIEDADES TORTAS PELAS
MÃOS PESADAS DOS SENHORES FEUDAIS QUE DELIMITAM SEUS
TERRITÓRIOS MARCANDO COM NOSSO SANGUE VERMELHO NOSSOS
CORAÇÕES CASTRADOS PELAS DEVASTAÇÕES DAS MEMÓRIAS
TORTUOSAS VAGAM TAMBÉM MENTES DISPERSAS QUE NAS MANHAS
NEBULOSAS COM SEUS GRITOS BABILÓNICOS ACORDAM O
DESASSOSSEGO GUARDADO EM NOSSAS ALMAS ESQUECIDAS QUE
ABAFAM NOSSOS GRITOS DIÁRIOS FAZENDO-NOS RECUAR CONTRA O
MURO E MERGULHAR NA INÉRCIA DAS VONTADES DETERMINADAS
PELAS PESADAS MÃOS CARINHOSAS DOS SENHORES SEM ROSTOS
COM SORRISOS AMARELOS.
Proposta artística
O drama (açào) surge antes da dramaturgia, a imagem de um
homem a beira
da morte numa sala hospitalar de tratamento intensivo
(u.t.i.), assistido por
espectadores/médicos (responsáveis em evitar que ele deixe
de sofrer física e
existencialmente), foi o ponto de partida para a criação da
peça fim de partida.
Para que o drama (ação) pudesse libertar seu peso
significativo, atravessar o
espaço e comunicar com o espectador distraído (mostrando o
profundo
significado do seu drama), era necessário algum elemento
literário dramático,
que pudesse fundir-se com a imagem do texto cênico do
pequeno drama, e a
partir daí construir-se-ia uma dramaturgia original para
essa hipotética criação.
Remexendo a memória, dois autores eram alvo de interesse:
Fernando Arrabal
e Samuel Beckett. Ambos têm uma maneira lúdica em estruturar
suas criações,
seus mundos oníricos possuem um certo chamamento à
imortalidade.
Entre muitas possibilidades, a sorte encarregou-se da
escolha final: fim de
partida de Beckett (traduzido do original francês para o
castelhano por ana
maria moix, marginales, 29 edição 1997, tusquets editores,
barcelona),
mostrou-se duplamente promissor: se por um lado tem uma
fábula de
enclausuramento, de necessidade do outro, do vazio
existencial; por outro lado
tem uma poética literária libertadora, profunda, simples e
bela.
A imobilidade em Fim de Partida, de Samuel Beckett, invade a
cena assim que
a peça começa. Das 04 personagens, 03 estão paralisadas e a
4° move-se
com dificuldade, as relações humanas são abertamente hostis
e estão a um
passo da extinção, há uma situação opressiva de mútua
dependência.
O tema principal dessa peça é a impossibilidade de acabar.
Personagens ou
objetos estão no fim ou quase no fim, os personagens
realizam uma serie de
movimentos inúteis encaminhados para um fim que
constantemente é adiado.
Da fábula de Beckett o que interessava era o tom atmosférico
do espaço
fechado vazio e pesado, que enquadrava-se perfeitamente no
contexto do
homem a beira da morte, sem saída, sem vontade em determinar
sua trajetória,
ainda dependente da coragem do outro. Do próximo.
Do seu texto literário, definiu-se selecionar dentre a
totalidade das falas de
todas as suas personagens, o que realmente parecesse vital
para o
entendimento do tema proposto construído por Beckett (não
que isso fosse
sagrado. Mas a profundidade proposta por ele para o
reconhecimento do vazio
humano, não podia ser facilmente ignorada), e a partir dessa
etapa começarse-ia a construir a criação da dramaturgia desse outro Fim de
Partida, já não mais de Beckett.
Nenhum comentário:
Postar um comentário