Manifesto do
Movimento de Artistas de Rua de Londrina
“Todo artista deve ir aonde o povo está. Se foi assim, assim
será!” Nas palavras de Milton há mil
tons utópicos que fazem parte da diversidade que compõe o Movimento de Artista
de Rua de Londrina, mas uma é essencial: a defesa da Arte Pública.
Cresce vistosa no MARL a semente plantada e regada na união,
na garra e na luta que nos mantêm em pé e caminhando, pois navegar é preciso.
Em mares revoltos, a certeza que a calmaria virá e que o amanhã será nosso, é o
que nos faz continuar olhando para o horizonte e remando incessantemente.
Desde a formação do movimento em 2012, somando forças com a
Rede Brasileira de Teatro de Rua - RBTR, afirmamos a luta das ocupações dos
espaços públicos, pela garantia do direito de livre expressão artística, por
políticas públicas para as artes públicas e pela democratização e
descentralização do acesso à produção cultural.
A partir da elaboração de um projeto de ocupação de um
prédio público abandonado pela Prefeitura, que vinha sendo pensado desde 2014,
a partir de reverberações do 14ª Encontro da RBTR, sediado em Londrina, o
espaço é ocupado pelo MARL em 27/06/2016 - Dia Nacional de Luta do Teatro de
Rua. Nos inspiramos em várias experiências semelhantes, recentes e duradoras,
que têm dado certo em São Paulo, Acre, Rio de Janeiro, Pernambuco e outros
lugares do Brasil e do mundo.
Com a ocupação do prédio público no coração de Londrina, transformado um espaço ocioso na cidade, em o CANTO DO MARL, acolhendo as diversas manifestações da cultura, continuamos a lutar juntes pela Arte Pública e livre, construímos um canto popular e genuíno com nossas paixões e utopias, mas sem perder a consciência coletiva do lugar que ocupamos na cidade e sociedade.
E sabemos que não estamos sós. Remando com a gente, estão aquelas e aqueles
que compreendem a função fundamental da Arte, ‘estar com o povo aonde ele
está!’, assim é e assim será. Não no abstrato das ideias, está no chão, na
terra e na rua, está no concreto objetivo, povo que cria e produz absolutamente
tudo que é humano, e sem o qual não haveria nenhuma possibilidade de existência
social da classe trabalhadora!
A pandemia abalou nossas estruturas, emoções e a vida. As
vidas! Das que foram e das que ficaram e sobrevivem. A fome que assola nosso
país, a miséria que cresce galopante e mortes evitáveis que já levaram cerca de
meio milhão de pessoas não é culpa do corona vírus, mas sim da política genocida
aplicada pelo bolsonarismo e todos que o seguem, e presente também na gestão de
prefeitos e governadores.
Por isso, a única opção é a luta, um grito de resistência
pelo nosso país. Na luta pela vacinação, no combate à fome, à miséria e contra
o genocídio. Mas também com artistas e toda uma rede trabalhadora, como as/os
demais profissionais que vivem e sobrevivem da cultura nesse país, e que ainda
em pandemia fazem acreditar por um momento melhor, com cinema, teatro, música,
artesanato, circo dentre inúmeras outras linguagens artísticas, ou você aí fica
sem isso?
Temos que pisar firme na terra e na rua, mas sem perder a
ternura. Assim também percebemos que as políticas públicas para a cultura têm o
dever de combater as desigualdades de gênero, raça e classe que fazem parte da
estrutura social. Nos conectamos aos demais movimentos culturais e sociais que
lutam pela sobrevivência do povo, por Emprego, Vacina no braço e comida no
prato! Se você está assistindo, acredita e quer também somar na luta com a
gente, escute, cante, pense e compartilhe nosso grito de RESISTÊNCIA.
Trilha sonora: Abacate Contemporâneo.
27 de junho – Dia Nacional de Luta do Teatro de Rua
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